quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Desalegria

Um dia, finalmente, ele confessou ter ciúmes da tatuagem dela. Alegria, era o que dizia na pele. Alegria antiga, que falava de outro amor — que não foi embora sem antes semear a alegria nela. O que ele sentia diante disso era palavra feia e triste. Tanto, que tudo fez para roubar sua alegria. Depois foi embora, deixando nada para trás, imaginando que levava consigo a alegria dela. Levou foi uma tristeza na alma. Tristeza fácil de espalhar, que cresce e multiplica feito praga. Mas bastou um tempo para a alegria dela acender de novo, maior e mais forte. Estava na pele. Na alma. E o que ele sente hoje é um vazio por não ter cultivado a sua. E o que ela sente por ele é compaixão.

2 comentários:

  1. Às vezes, achamos que a alegria é de quem nos faz feliz. Demoramos a perceber que ela é apenas nossa. Pode ficar intensa em alguns momentos ou diminuir em outros. Mas ela sempre está ali. Em nós.

    www.lucadantas.blogspot.com

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  2. O bonito da alegria é que ela não tem forma, não tem linhas, não tem uma única moradia definida. A alegria mora nas lembranças boas do passado, no frio na barriga do presente e na ansiedade do futuro. Amar uma pessoa é carregar com ela as tristezas e percausos... mas se fosse só isso, o amor seria pesado demais. Amar também é viver as alegrias do outro, do passado do outro, do futuro do outro e fazer as alegrias do presente do outro como um grande presente de laço de fita vermelho. Que todas as tuas alegrias virem poesia, tatuagem, rima e fotografias. O passado bonito agradece, o presente vira presente e o futuro .. o futuro nem liga! Um beijo minha poetisa!

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