Ela não se mexe: o filho dorme com a cabeça apoiada em sua barriga. Aquele, que há poucos anos estava lá dentro. Continua sendo parte dela. No aparelho de som, a sequência de músicas conta a sua própria história. Rápidas e ainda intensas, as cenas passam ao som de uma trilha que vai acendendo imagens e rastros diferentes. Ela se permite sentir, com a paz e a tristeza que fazem parte de ser. A alegria de amar de novo, a serenidade de se sentir companheira, amada e ponto. Pensa no amor que passou, no sentido daquele encontro. Lembra do amor que se foi da vida, deixando o filho que ainda é amor. E se convence de que alguns (des)encontros são parte da construção. Desapegar-se para seguir em frente. Trazemos tudo conosco, ela pensa, tudo aqui dentro a fazer parte. Assim como deixamos para o outro. E o que deixamos, não nos cabe. Ela pensa e chora, pensa e sorri, sempre quase imóvel, porque ali o filho dorme em paz. Ali dorme a sua paz. Haviam tido um embate minutos antes, um desses impasses cotidianos entre uma mãe e seu filho pequeno. Agora está tudo calmo. Passou. Como tantas coisas, como o tempo, nunca em vão. Ficam as lembranças, algumas ainda dóem, outras trazem sorrisos. Tudo dentro, respirando em nós e ao redor de nós. Vivo e em movimento. Vivo e em sono tranquilo, como o filho sobre a barriga.
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Oi Cris, querida...
ResponderEliminarO tempo entre e filho e mãe é mesmo especialmente diferente dos demais. Chega diferente, passa diferente...
Feliz de quem ( nós ) partilhamos desse precioso.
Um beijo cheio de carinho.
Clarisse e Maria.
Cris, já tempos sigo você por aqui e admiro muito a forma como vc conta as coisas corriqueiras sobre sentimentos e emoções.
ResponderEliminarMas nunca um texto me fez refletir tanto como este. Não sou mãe, mas sou filha de futura mãe solteira.
"Ficam as lembranças, algumas ainda dóem, outras trazem sorrisos"
Obrigada pelo "empurrãozinho"(rss), e pelas doces palavras.
Beijos. =*
Oi Cris, muito profundas suas palavras.
ResponderEliminarRealmente colo de mãe não tem igual e uma mãe solteira passa por todas as dificuldades normais e as responsabilidades de criar um filho sozinha.
Admiro muito essas mulheres, até porque sou filha de uma mãe guerreira :)
Um´ótimo dia!
Beijos
Parece que isso é inevitável, é a delicía e os dissabores da relação, coisas que alegram e momentos que entristecem...
ResponderEliminarLer tudo isso foi de fato uma grande reflexão. Obrigado.
Abraços!
Cris, que lindo! Vivo suas contradições entre a saudade doída e o desapegar-se. Entre um querer deixar ir, fluir e uma pontinha de desejo de ficar. Você descreve lindos quadros aos escrever, é quase uma pintura. Abraço! terapidemocinha.blogspot.com
ResponderEliminarExistem momentos simples em que temos vislumbres daquilo que, de fato, nos é raro. Um simples final de dia, um calor sobre o ventre que já o acolheu nas entranhas, e a certeza de que os passos são dados para frente - nem para trás nem para os lados.
ResponderEliminarNão é preciso apagar o que já trilhamos, é marca tatuada em nossa alma. Às vezes calhamos de deixar vir à superfície esses desenhos de nosso espírito. Como você, que tem pelo corpo as dúvidas, certezas e convicções de uma mulher que viveu aquilo que havia para ser vivido.
Com dor nos momentos mais tristes, alegria nas horas divertidas.E fé (seja lá no que for) em todos os caminhos. E tropeços. E ensaios de retomada.
Sempre sua fã,
Deia
A arte de viver, talvez esteja na facilidade de esquecer ou deixar passar tudo aquilo que nao nos faz bem ou nao nos convem, apegar-se ao amor, ao presente, e ao futuro que nos espera, é o modo de seguir em frente, mas que poucos possuem essa davida.
ResponderEliminarAdorei o texto, :*
São esses momentos simples que constroem nossa felicidade. Um abraço.
ResponderEliminarQue bom ler um novo post seu. É bom podermos conviver com a paz e a tristeza, pois estas estão conosco em todos os momentos. Ora uma, ora outra. E que todos os encontros acontecem por algum motivo e que em algumas vezes teremos que nos desapegarmos para podermos seguir e o tentar fazer sereno, mas ao nosso lado com o melhor do que qualquer encontro: nossos filhos.
ResponderEliminarUm grande beijo,
Isadora
O filho é uma das melhores metáforas para a vida. A mulher engendra em si o mundo inteiro, até que num parto, desprende de si parte desse mundo que cresce carregando memórias que não são suas e ganhando as próprias.
ResponderEliminarTenho em mim a vontade louca e natural de ser pai, de ver no futuro do outro o meu passado. E ver a vida parar e seguir em frente.
é como ter um pedaço de si próprio correndo por aí, criando autonomia e personalidade próprias... mas ainda assim sendo parte de si.
ResponderEliminartem um selo para vc no meu blog
ResponderEliminarbjos
Nossa, Cris, quanto mais te leio, mais te gosto.
ResponderEliminarCris, aproveita sua paz. Gaste muito ela, todo tempo pra sempre.
ResponderEliminarCris,
ResponderEliminarVisitei seu blog. Gostei da ilustração da Jana, muito bonita. A idéia é simples e eficiente, a mensagem reflexiva.
Valeu,
Abraços
Olá Cris! Hoje é terça-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.
ResponderEliminarRetornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do Jefhcardoso!
a energia do ``chackra materno``.
ResponderEliminarLindas palavras. E que lindo ver este amor tão incondicional e o tempo parace que pàra. Momento incrível e intenso :D
ResponderEliminarE que maravilhoso poder compartilhar este contigo
beijos
ei jamais me cansarei do para francisco, já que com ele consigo dispensar as lágrimas mais leves que tenho em mim, mas fico feliz em ver este, que veio para falar mais livremente, sem ser dedicado a alguém, sem ter que ser lido por ninguém. Um blog SEU, ninguém que mereça mais que você! Agradeço por poder fazer parte disso, mesmo que de longe... sempre me faz bem te "ouvir".
ResponderEliminarSem regras ou limites !!
ResponderEliminarboas notas.
abração !!!!
Profundas e intensas.
ResponderEliminarSuas palavras, tão bem tratadas, fizeram-me sobrevoar meu passado, meu presente e meu desejo de mãe.
Parabéns. Um dia quero ser como você (que eu nem conheço, mas sinto).
eu simplesmente me apaixonei por esse blog, todos os textos são muito bem escritos, são lindos, intensos, gostei muito mesmo! parabéns por tanto talento. s2
ResponderEliminarhttp://inconstantbutterfly.blogspot.com/
Adorei seu blog!!!!!!!
ResponderEliminarhttp:\\mamaequetrabalha.blogspot.com/
Ai,Deus podia por um erro,fazer minha mãe eterna...Parabéns Cris!Sucesso!
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