domingo, 17 de julho de 2011

Surpresa.

Aquele quadro na parede não fazia mais sentido, foi o que eu pensei ao tirá-lo de lá. Antes de embrulhá-lo com papel de seda e carinho (minha saída para não alimentar o rancor em mim), fui pega de surpresa por sua letra no verso:

"Para Cris, com carinho e muito amor, D."

O quadro voltou pra parede e o rancor se assentou de novo – agora acompanhado de uma vontade de chorar sem fim.

domingo, 10 de julho de 2011

Não sei

Não sei se foi Platão ou minha mãe que me ensinou a ser metade incompleta. Sei apenas que sou (ou quase sou, por ser metade). Como se sozinha eu não fosse inteira, precisando sempre ser dois. Aprendi por inteiro a ser essa metade – e agora não sei desaprender. Meio feliz. Meio completa. No meio do caminho. E o meio que resta é pra ir – não tem volta.

sábado, 9 de julho de 2011

Vida real.

Adormeci enfiada na sua camiseta. Talvez pra me dizer que sinto falta da sua alegria em mim. Das vezes em que ela me frequentou. Da sua boca perfeita que ao sorrir convidava os olhos, apagando a dureza do resto. E ao acordar e me ver com sua malha de camisola em mim, lamentei o que não nos veste mais. Quis arrancar da nossa história o absurdo das coisas. Mudei o criado-mudo de lugar na tentativa de alterar um desfecho. Dormi enfiada na sua camiseta como se amanhã pudesse ser de fato outro dia. Mas foi na cama vazia e leve que acordei. O silêncio ecoando fúria. Enfiada em sua blusa. Triste, sim. Mas livre. Sem você. Sem o medo.

domingo, 3 de julho de 2011

Definitivamente

A vida não é para os apressados.